22 dezembro, 2009

Final de ano e a 4ª avaliação: "o julgamento final"

O final do ano chega, e com ele chegam também as festas comemorativas, as férias, as expectativas para um novo ano. Enfim, é uma época muito aguardada e festejada por todos, uma época cheia de costumes e valores e também é a época em que a história conta mais um ano em sua vida.

A época do final de ano tem ingredientes suficientes para o preparo de uma ocasião deliciosa e perfeita. Ingredientes como a união familiar e daqueles parentes distantes, que voltam para saborear o peru de natal que só a nossa tia sabe fazer; o sorriso que se estende na face inocente de uma criança ao receber seu presente do papai Noel fantasiado; a cidade iluminada, enfeitada e cheia de graça para receber as festas; os pinheiros verdes cheio de bolas coloridas, de pequenas lâmpadas que não cessam os seus piscares, que mesmo sendo um pinheiro superficial, transmite o verdadeiro espírito natalino; as pessoas de branco, exaltando a paz, se abraçando, soltando fogos em homenagem ao ano que está por vir; o calor humano, que nessa época aquece todos com sua chama dardejante. É, de fato, uma época fascinante.

Mas nem em todos os lugares habita esse clima festivo e alegre. Basta entrar em uma escola qualquer, e de imediato nota-se que esse período do termino do ano, traz também doses demasiadas de tensão e preocupação. É nessa época que ocorre o “julgamento final” nas escolas públicas e particulares, a medonha 4ª avaliação, que vai decidir se o aluno aprendeu o suficiente para seguir a sua caminhada, ou se deve voltar alguns passos e recomeçá-la. Existem alunos que já estão passados por conta dos bons resultados que obtiveram nas provas anteriores, e que, portanto, não se preocupam ou se estressam com o fato de terem que repetir o ano letivo. Há também aqueles que a muito já perderam a esperança e que estão reprovados já antes do tempo. Também existem aqueles que estão “em cima do muro”.

E são exatamente esses alunos que estão “em cima do muro”, que são os circundados pelo perigo da reprovação, o fato desagradável de ver um ano em vão e desperdiçado. Muito deles parecem acordar para os estudos apenas agora, quando vêem que estão próximos a se tornarem repetentes; e correm feitos desvairados em busca de pontos extras para poderem passar de ano.

Mas diferente do verdadeiro “julgamento final”, que menciona a bíblia, o “julgamento final” das escolas oferece novas oportunidades à alma relaxada que não se importou com os estudos. Almas essas que são os alunos repetentes, que todo ano recebem uma nova chance, mas que muitas vezes a desperdiçam. Almas essas que também podem ser aqueles alunos ”em cima do muro” que mesmo passando por sorte, vendo a cara da reprovação de perto, ainda continuam com suas rotinas onde os estudos não têm vez.

Contudo, digno e bom aluno, é aquele que não precisa de uma segunda chance, faz da primeira o suficiente; aquele que não chega ao final do ano desesperado em busca de pontos extras; que por sua única e legítima causa, tem orgulho de amostrar a prova física, que é o boletim, para os pais; que aproveita melhor os ingredientes proporcionados por essa época radiante, pois nele não existem motivos para desespero e preocupação, já que cumpriu sua responsabilidade com este ano. Esses sim são dignos e merecedores dos mais caros presentes de natal, e dos mais demorados abraços aconchegantes e corpulentos que só a família tem a capacidade de dar.


Douglas Castilho- Aluno 1001.

Imagem: http://www.tribunadodireito.com.br/2005/junho/imagens/ilustra.jpg

Nenhum comentário:

Dados da Escola

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio do Estado do Pará, localizada em Belém, no Cj. Satélite WE 5, s/n, fone: 3248-0743, temos 2200 alunos, divididos em 3 turnos, e em média 80 professores. Email do blog: donahelenaguilhon@gmail.com / Direção: Edson Motta/ Vice-Direção: Manhã- Eliana Ferreira , Tarde/ Noite- Alice Carvalho.