16 dezembro, 2009

Reflexão sobre o trabalho com livros na Escola.

No 1º ano do ensino médio da turma 1001 da escola D.Helena Guilhon, existe a infeliz presença de um certo problema, entretanto esse o passa despercebido pelos membros escolares. Esse problema restringe-se ao mau uso dos livros didáticos, que no inicio do ano letivo, é emprestado ao aluno para que se torne uma ferramenta de ensino ao decorrer do ano. Contudo, por via do cruzamento de duas ou mais matérias que adotam a presença do livro em sala de aula, a carga de peso exercida torna-se um incomodo problema, que pode chegar a gerar dificuldades físicas, além do fator desagradável de levar um emaranhado de livros todos os dias para escola, principalmente para os alunos que habitam distante dela. Os alunos a prevenirem-se do peso diário que esses livros proporcionam, optam por deixarem em casa num estado de desuso os livros das matérias mais irrelevantes em comparação as outras.

Foram dados, aos alunos da turma 1001, os livros de: língua portuguesa, matemática, biologia, química, física, geografia e história. Sendo que deste grupo de sete livros apenas quatro são usados, os restantes que são: o de física, geografia e história; estão literalmente em estado de abandono. No inicio do ano letivo, esses livros não usados, eram apenas ignorados pelos alunos, já que os professores cobravam a presença dessas ferramentas de ensino. No entanto, com o passar do tempo, os professores destas matérias deixaram de exigir a presença desses livros, o que ocasionou no total desperdício de conteúdo e no próprio abandono do livro.

Os alunos, como dito, alegam não levar os livros em questão por intermédio do excesso de peso que eles proporcionam. Só para ter uma idéia dessa carga excessiva de peso, consta no horário escolar dos alunos do 1º ano da turma 1001 nas terças-feiras, a presença de cinco matérias que agregam o uso dos livros didáticos. Foram analisados individualmente, o peso dos livros exigidos nas terças feiras.



MATÉRIAS

PÁGINAS

PESO Kg

PORTUGUÊS

392

0, 900 Kg

MATEMÁTICA

400

0, 905 Kg

HISTÓRIA

656

1,5 Kg

FÍSICA

230

0, 600 Kg

GEOGRÁFIA

175

0, 450 Kg


Até esse ponto é justificável a razão pelo qual os alunos não levam todos os livros para a sala de aula, já que o livro “A escrita da História” dentre todos é o mais pesado chegando a 1/5 Kg e juntamente com os restantes dos outros livros somados ao peso do caderno chegasse a pesar ao todo, cerca de 5 Kg. No entanto, existe uma controvérsia a respeito dos livros de Física e Geografia, que são os mais leves, mas estão na lista dos três não usáveis em sala de aula.

Os alunos, ao não levarem os livros para a sala de aula, acabam prejudicando o nível da aula, além de gerarem desperdício aos cofres públicos. Pois como é de conhecimento geral, a verba destinada à produção dos livros didáticos vem diretamente dos impostos cobrados pelo governo.

Como observa-se, não existe uma saída viável ao aluno. Ou ele leva os livros pedidos freqüentemente e sofre de problemas de coluna (entre outros), ou ele não leva, prejudicando o nível da aula e dificultando uma maior aprendizagem que proporciona a riqueza de conteúdo de um livro. O essencial para resolver esse problema, cabe a direção da escola, que poderia investir no uso de armários escolares; ou até mesmo os professores, que poderiam sensibilizar os alunos em uma espécie de rodízio de livros, onde um 1º aluno traria o livro de determinada matéria e um 2º aluno de outra sendo que se juntariam em grupos em compartilhariam o livro da aula em questão. Além de esse segundo sistema resolver o problema sem mudanças drásticas e demoradas, sai muito mais barato aos cofres da escola. Evitando assim, alunos com problemas físicos, prejuízos aos níveis das aulas e desperdício de dinheiro dos cofres públicos.

Mas apesar da gravidade do problema exposto, ninguém o percebe realmente. A presença deste invólucro do uso indevido dos livros que toma conseqüências agravantes, parece mais um fantasma na cercania da turma 1001, onde nem alunos, professores ou a própria diretoria conseguem enxergá-lo.


Imagem: http://chatverniz.files.wordpress.com/2009/09/picture-2.png?w=155&h=87

Douglas Castilho- 1001 (Manhã)

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5 comentários:

Pantera disse...

Olá!
Desculpa vir aqui e invadir o blog, mas não pude de deixar de visualizar tal comentário acerca do peso exercido pelos os livros da escola!
Começo por dizer que sou uma aluna Portuguesa de 16 anos!
E sinceramente não vejo o que está de errado com o facto de levarem muito peso na mala da escola, porque vocês em média, têm a apenas cinco horas de aulas por dia +/- onde os alunos nem têm de levar os livros todos... No ensino português todos os alunos têm em média 8 horas de aulas por dia, estando um dia inteiro na escola, onde maior parte dos alunos almoça dentro do mesmo estabelecimento, com comida miserável, esse se identifica como o meu caso. Em conta temos que levar todos os livros das respectivas aulas que temos por dia, para cada disciplina é preciso dois livros, e quem não levar tem como pena, levar falta de material, que ao acontecer três vezes seguidas é uma falta de presença, o que dará um recado para casa na caderneta do aluno para os pais fazendo queixa de que o seu educando não esta a apresentar o devido material da disciplina, se o caso continuar será efectuada uma chamada de atenção ao Director(a) de turma, se o mesmo caso continuar a agravar-se, será o aluno penalizado com castigos!
Além disso, pelo o que me apercebo os estabelecimentos brasileiros encarregam-se de favorecer os pais, disponibilizando os livros sem pagamento... Pois, esse mesmo caso não acontece em Portugal, os pais têm de comprar todos os livros e material necessário para a escola, para o aluno poder ter uma aprendizagem correcta e sem problemas!
E ainda quero deixar específico mais uma coisa, vocês têm aulas sempre na mesma sala, e nós alunos portugueses não, temos de andar carregados para todo o lado com a mala que chega a pesar muito mais de 5kg
Agora espero que pensem e que vejam que vocês têm todas as regalias!
E não vejo realmente onde está o vosso problema!
Cumprimentos de uma aluna portuguesa!

blog da bruninh@ disse...

Bom,esse artigo é muito
bom, pq na minha escola é exatamente assim,
e bem pior lá, pq a gente ñ leva nenhum livro
fica tudo em ksa sem nenhuma utilidade.
adorei o blog da escola ,pois a minha ñ tem hum
pra gente q estuda lá ,pra dizer o q a gente pensa.
MUITO bom o texto adoreiiiii
bruninha*---*

Anônimo disse...

Sou o escritor do texto sobre o trabalho com livros na escola, e não pude deixar de notar a critica que uma aluna portuguesa de 16 anos produziu a respeito do texto que por mim foi escrito.
Também possuo 16 anos, e admito que essa critica tem um valor peculiar para mim, já que a recebo de uma aluna possuidora da mesma idade que eu, que como estudante, conhece bem a nossa realidade.
Esclareço a aluna portuguesa, que a problemática exposta no texto, não gira em torno do peso exercido pela quantidade demasiada de livros, e sim, pelo fato de os alunos receberem os livros didáticos no inicio do ano, e deixá-los em estado de abandono e de desuso. Ocasionando assim, um desperdício de conteúdo e um prejuízo ao nível da aula.
Os alunos alegam que o material didático é, de fato, pesado. Mas é claro que isso não é motivo suficiente para deixar de levar os livros á aula, entretanto acontece que nem mais os professores cobram a presença dos livros, e de uma certa forma incentivam ao abandono, que poderia muito bem ser evitado com o rodízio de livros ou a implantação de armários escolares. E é em torno desse fato que há o verdadeiro problema. Como dito pela aluna de 16 anos, em Portugal o mecanismo de ensino é bastante rigoroso, entretanto aqui no Brasil, não se encontra essa rigorosidade, que pode-se manifestar por via dos castigos sujeitos aos alunos, no caso se não levarem os livros didáticos.
É claro, que essa exagerada dose de rigorosidade pode ser prejudicial. Mas um pouco de rigorosidade pode ser até muito proveitosa, e esta não é encontrada aqui, no Brasil, o que deixa professores, alunos e diretoria não verem problemas como esse mal uso do material didático nas escolas.
Os alunos alegam que não levam os livros por via do peso que eles produzem, entretanto, receio que se houvesse uma maior rigorosidade da parte dos professores ou da diretoria, os alunos levariam, corretamente, os livros para a sala de aula, mesmo estes sendo, um tanto, pesados. E diferente do ensino português, o ensino brasileiro não possui essa mesma rigorosidade.

Agradeço a critica produzida por essa aluna portuguesa.

Douglas Castilho

Márcia Gemaque disse...

Douglas parabéns, pelo artigo.
Realmente, é preciso pensar em alternativas que atendam as necessidades do aluno. Como educadora, especialista em educação, não poderia de deixar de levantar um questionamento: até que ponto o livro que é disponibilizado às escolas, atende realmente as necessidades do aluno e contribuem para um aprendizado significativo? Primeiro, muita das vezes, quando o profº escolhe o livro referente a sua disciplina, ele não é atendido, e isso nos remete a uma outra discussão,quais os interesses que estão por trás da distribuição gratuíta do livro didático.
Os livros geralmente não retratam a realidade da nossa região, e até que ponto eles contribuem para uma reflexão crítica dos assuntos estudados?
É, parece que o caso do desuso não está relacionado apenas pelo peso dos livros, mas acredito que pela própria ineficácia destes.
Com sua licença gostaria de comentar sobre o que falou pantera. Em seus argumentos, parece-me que ela discorda totalmente da prática educativa em seu país, e acha que os alunos brasileiros tem regalias dadas pelo governo. É necessário conhcer mais afinco a realidade de nossa educação, pois muitas coisas que parecem não são.
Mas, mesmo se referindo como regalias, muitas dos direitos conquistados, principalmente na educação, foram através de muitas lutas. Por isso, é necessário também que os estudantes portugueses, tomem as ruas e lute por melhores condições de ensino.
Aqui a LUTA CONTINUA.
Mais uma vez parabéns, parece que o artigo ainda vai provocar muitos comentários.

Roberto Souza disse...

Este assunto é mt interessante para que possamos,refletir e nos perguntar? Sobre á dinâmica usada em nossas escolas públicas com objetivo de incentivar a leitura e o uso dos livros.
Penso que uma das maneiras mais prática, para contribuir ao aluno no uso dos livros didáticos é buscar alternativas como:os governos na esfera municipal, estadual e federal possam investir cada vez mais financeiramente na construção de Salas de Leituras e Bibliotecas adequada a realidade de cada escola.
Para que possamos ter alunos(as) mais incentivados na busca da leitura e ter cidadãos conscientes de seus direitos.
Quero parabenizar ao Douglas, pela sua visão critica e prática no dia-a-dia de aluno. Tenho certeza que desta maneira estaremos formando novos seres humanos no mundo que vivemos.
Abs, continue nesta caminhada da leitura.

Dados da Escola

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio do Estado do Pará, localizada em Belém, no Cj. Satélite WE 5, s/n, fone: 3248-0743, temos 2200 alunos, divididos em 3 turnos, e em média 80 professores. Email do blog: donahelenaguilhon@gmail.com / Direção: Edson Motta/ Vice-Direção: Manhã- Eliana Ferreira , Tarde/ Noite- Alice Carvalho.